terça-feira, março 29, 2005

A Grande Loja Regular de Portugal (maçónica) poderá vir a ser uma das próximas parceiras a assinar protocolo com a 2, confirmou ao DN o director do canal, Manuel Falcão.

O responsável contou que a Grande Loja pediu uma reunião com a 2 há já alguns meses, na qual foram "expressos os princípios" que têm de estar presentes entre os parceiros e o canal, tendo ambos "chegado a acordo sobre o modelo de participação".

O facto de esta sociedade secreta se ter candidatado, à semelhança de outras organizações portuguesas, não constitui qualquer problema para a 2. "Este processo é exactamente igual a todos os outros", justificou Manuel Falcão, adiantando que "ficou pronto o trabalho jurídico das duas partes", o que significa que o protocolo "pode vir a ser brevemente assinado".

Para o director do canal a abertura a uma organização como esta enquadra-se "na filosofia da 2 desde que esteja de acordo com o nosso funcionamento".

Em princípio, a participação da Grande Loja Regular de Portugal deverá iniciar-se no programa Causas Comuns, que vai para o ar todos os dias úteis ao fim da tarde, durante uma hora, abordando diariamente um tema diferente, sob a coordenação de Fernanda Freitas.

"Os protocolos são muito abrangentes, os parceiros podem depois ser criativos, dar ideias e propor programas", salienta Teresa Sousa, do Gabinete de Parcerias da 2, e encarregue da burocracia com os parceiros da sociedade civil. Segundo disse ao nosso jornal, "aguardamos a resposta sobre a proposta do protocolo que enviámos à Grande Loja".

Mas se da parte da estação pública a posição é claramente encarada pela director da 2, da parte da Grande Loja Regular de Portugal as declarações são difusas e não assumidas por um rosto, já que o nosso interlocutor só prestou declarações se fosse identificado como "fonte".

Assim sendo, a fonte da Grande Loja disse ao DN que ainda não tinham "chegado a uma conclusão definitiva com a RTP", e tudo dependia da "evolução da análise".

Na eventualidade de o acordo se concretizar, a mesma fonte lembra que a Grande Loja "defende a abertura da maçonaria à sociedade e ao contacto com o público" e daí considerarem "muito importante estar com a força de um meio como a televisão".

Tentámos saber se a questão foi debatida intensamente no seio da organização secreta e a que órgão máximo foi sujeita, mas a fonte continuou a insistir na frase "vamos avaliar, nomeadamente o formato e os aspectos técnicos", assim como " não vamos dar conta dos processos de decisão interna da Grande Loja".

À pergunta "para quando uma decisão formal?", a fonte divaga, alegando não saber. "A maçonaria é muito antiga e a noção de tempo é diferente para nós", justifica.

Com o site www.gllp.pt, e uma publicação trimestral, a Revista da Maçonaria, que vai no n.º 4, dir- -se-ia que a Grande Loja está a apostar nos media. Uma abertura que, até certo ponto, é inédita. "Num País como o nosso onde existem sectores de desconfiança por a maçonaria ser fechada, é positivo ter a oportunidade de, através da televisão, dar a conhecer as nossas ideias", lembra ainda o nosso interlocutor.

No programa Causas Comuns ou não, o certo é que o protocolo ainda não está assinado e a presença no pequeno ecrã da Grande Loja - que solicitou a sua integração -, ainda não está garantida.

Mas para a fonte maçónica, a grande palavra de ordem que pode ser levada à televisão tem a ver com os princípios da "tolerância e a compreensão".


TÃO E NOS?! (AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH)

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