quarta-feira, setembro 28, 2005

Chega de Saudade

Nenhum tipo de musica merece exclusividade... Esta rubrica serve para revelar, ou relembrar conforme os casos, grandes marcos de uma musica que apesar de ser do outro lado do atlântico, também é portuguesa... Além disso, a projecção da bossa nova faz com que mereça este relembrar... Veio-me à cabeça uma noite de fim de Verão em Sintra em que a humidade não deixou que o piano de Tom Jobim tocasse... Ao que o povo saloio (é que não tem mesmo outro nome..) respondeu com assobios. Tom Jobim, um dos marcos da história da musica a nivel mundial, um dos percussores da bossa nova, foi assobiado naquela noite em Sintra, em que não houve concerto... Esta ignorância chocou, faz-me sentir vergonha... de um punhado de gente que não sabia a sorte que tinha em ter aquele senhor ali, a tocar no ringue do parque da liberdade...


Vai, minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai

Mas se ela voltar
Se ela voltar
Que coisa linda
Que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim...
Vamos deixar desse negócio
De você viver sem mim...

Vinicius de Moraes/Tom Jobim

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